Hoje vou fazer uma confissão...

Você jura que não vai me achar um ser de outro planeta???

Olha, não sei se é somente comigo que acontece isso, mas quando estou lendo, e verdadeiramente participando da história, sentindo o que o personagem sente... acontece uma coisa muito estranha. Se o personagem sofre, eu me aflijo e as pontas dos meus dedos das mãos formigam...

Isso é tão bizarro, e sempre acontece quando estou em alguma passagem crítica de um livro que estou gostando. É um formigamento que não acontece em nenhuma outra ocasião, só quando estou lendo.

Filmes não me fazem sentir isso, passar mal de verdade não me faz sentir isso, só a leitura...

As pontas dos meus dedos já formigaram em outras ocasiões, mas com a leitura é um formigamento diferente... É como se o sangue escapasse das pontas dos meus dedos das mãos... É muito incômodo...

É uma reação física à leitura... Será que eu sou muito louca?

Sério... eu sei que eu não sou normal, mas esse formigamento faz com que eu me sinta a pessoa mais bizarra do planeta...

É só comigo que acontece isso???

Você tem alguma reação física à leitura?

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Memória de Minhas Putas Tristes - Gabriel García Márquez

É um livro tão bom que nem dá pra falar muito... Nele encontramos as memórias de um jornalista de 90 anos que passou pela vida sem saber o que era o amor. 


Como conseguiu chegar vivo aos noventa, ele pretende se presentear com uma noite de amor louco com uma adolescente virgem, e é aí que toda a história se desenrola... e é aí que nosso narrador se apaixona pela primeira vez em nove décadas...


Há muitos anos ele escreve religiosamente sua coluna dominical no jornal da cidade e depois de encontrar o amor, também os temas de sua coluna mudam de direção alterando, assim, a rotina de décadas.


A parte da bicicleta é demais!

Só o fato de ser um livro de García Márquez já garante a qualidade, mas é muito mais, é um livro sensível, sobre o peso da idade, da nostalgia e dos sentimentos. Com escrita leve e fluida, essa é definitivamente uma história que merece ser lida.

Abaixo seguem duas passagens que marquei:

"Pela primeira vez em minha longa vida me senti capaz de matar alguém. Voltei para casa atormentado pelo diabinho que sopra no ouvido as respostas devastadoras que não demos na hora certa, e nem a leitura nem a música mitigaram a minha raiva."
"Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do zodíaco."

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O Retrato - Nikolai Gogol

Ahhh os russos... Como não venerá-los?

Gogol foi um dos percursores da literatura surrealista russa do século XIX (apesar dele ser ucraniano). Em seu conto "O Retrato", Gogol explora o mundo sobrenatural a partir de um retrato que parece olhar diretamente para as pessoas.


Sua narrativa é clara e contundente. É algo que nos faz imaginar exatamente o atelier do artista, suas roupas, seus cabelos depois de encaracolados, os olhos do retrato... A história é curta e envolvente, fazendo-nos pensar se o quadro é real... 


Sinceramente, acho que não gostaria de encontrar um quadro desses na minha frente, ainda que isso me rendesse mil ducados... E você???


Enfim, leiam. 


A L&PM tem esse conto naquela coleção de 64 páginas, que dá pra ler numa sentada só a um preço camarada... 

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A Mulher de Trinta Anos - Balzac

 Honoré de Balzac é um dos poucos escritores do século XIX que souberam perscrutar a alma da mulher. 

Com sua escrita bela e envolvente, ele conta a história de uma época em que as mulheres só eram consideradas belas até um pouco mais de seus 20 anos. Balzac não pensava assim, tanto que fez de A Mulher de Trinta Anos um mito.



Parte de sua obra A Comédia Humana, o livro A Mulher de Trinta Anos conta a história de Julia d'Aiglemont, uma marquesa marcada pela busca incessante da plenitude do amor.

Há passagens lindas, tristes, reflexivas, envolventes, surpreendentes, irritantes e hilárias. É como se lêssemos mais de um livro de uma só vez. A história de Helena, a filha mais velha de Julia, é um pouco dissonante, mas enfim...

O livro vai muito bem até o final da primeira parte. Depois, Balzac parece ter cansado um pouco da história, mas ainda assim, a leitura continua valendo a pena.



Quem não leu, devia ler e se deliciar com a narrativa cheia de nunces de Balzac, o qual encontrei imponente ao lado de ciprestes do Père Lachaise.  

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10 Dicas para pessoas extremamente ocupadas encontrar tempo para leitura

Hoje encontrei dicas super interessantes sobre como fomentar o hábito de leitura em pessoas extremamente ocupadas. A postagem é do blog Listas Literárias, e achei que valia a pena reproduzi-las aqui:

10 Dicas para pessoas extremamente ocupadas encontrar tempo para leitura
Sabemos a importância do hábito de ler livros, porém, não raro os leitores aqui do blog comentam a falta de tempo para a leitura. Pensando nisso pensei algumas dicas para vocês incluírem a leitura em sua agenda concorrida:

1 - Durante o nº 2:  Angelina Jolie e Brad Pitt fazem o número 2, por isso não não se escandalize com essa dica um tanto escatológica, afinal a falta de tempo é sua. O fato é que mesmo os homens e mulheres mais ocupados sentem suas necessidades fisiológicas, e você pode tornar isto mais cultural, se durante aqueles 15 minutos de isolamento aproveitar para ler um capítulo de seu livro. A técnica é ideal para romances policiais, geralmente com capítulos curtos e ágeis que podem ajudá-lo a avançar com rapidez na leitura.

2 - Trajeto para o trabalho: Há sempre na vida opções. Nesse caso você pode amanhecer numa segunda-feira e ficar por uma hora inteira de cara emburrada no ônibus ou no trem por ter de ir ao trabalho, ou então aproveitar este trajeto para praticar sua leitura. Caso escolha a 2ª opção, além de crescer intelectualmente com os livros, o trajeto não lhe parecerá ter mais que alguns metros tamanha rapidez entre sua casa e seu trabalho.

3 - Use Transporte Coletivo: Já sei, não é seu caso, e graças ao seu talento e seu esforço agora você tem um carro, e com ele consegue fazer em 2 horas o mesmo caminho que fazia pela metade do tempo de trem. O único problema é que ao volante você não pode ler mais seus livros. Então mude, opte pelo transportes coletivo, pois além de arrumar tempo para ler, contribuirá para um planeta mais saudável.

4 - Leia antes de dormir: Pessoas extremamente ocupadas dormem pouco, mas ainda assim dormem. Portanto aproveite o ritual antes do sono chegar de vez, e tire no mínimo 30 minutos antes de dormir para ler. Além disto tomar-lhe quase nada de tempo, será um ótimo relaxante para você entregar-se aos bons sonhos, além dos demais benefícios da leitura.

5 - Substitua as novelas: Vocês vão me falar, mas essa lista não era sobre pessoas extremamente ocupadas? E é mesmo, mas vocês já repararam que não falta uma pessoa extremamente ocupada que vez por outra aparece comentando sobre a novela. Se vacilar até mesmo seu chefe sem tempo pra nada já deu pitaco sobre novela. Então faça a substituição, tirando de campo as tramas televisivas carregadas de clichês, por clássicos e grandes romances que podem abrir sua mente a novos horizontes longe das coisas comuns.

6 - Aproveite a precariedade dos aeroportos: Geralmente pessoas extremamente ocupadas precisam viajar de avião em nossos suntuosos e confortáveis aeroportos. São tão extremamente ocupadas que nunca há tomadas suficientes para seus notebooks com as baterias arriadas. Nessa hora meus amigos, não há muito o que fazer, e seria menos estressante se vocês já pisassem nesse espaço públicos pronto para a leitura, enquanto seus voos atrasam pela enésima vez. Aliás, vá mesmo preparado, comprar o livro em aeroporto não é uma boa lição de economia.
7 -  Integre às suas atividades: Pessoas extremamente ocupadas são assim por que trabalham muito. E se ler fizesse parte deste trabalho? Os benefícios da leituras são conhecidos e muitos, e certamente pessoas bem sucedidas possuem muitos livros em seu currículo. Portanto não perca tempo, encare a leitura (independente de gênero) como uma extensão de seu aperfeiçoamento no trabalho, e dedique a ela de 30 a 60 minutos diários. Um mente exercitada pode gerar ótimos frutos.

8 - Menos redes sociais: É incrível a quantidade que mesmo pessoas extremamente ocupadas dedicam-se conectadas a redes sociais. Serve aqui aquele paralelo ao mundo real, e imagine se as pessoas jamais descansassem, ficassem em casa, sempre na rua em busca de conversas e amizades? Pois é, muitas pessoas fazem maios ou menos isso quando se trata de redes sociais, e tudo que é exagerado pouco contribui para nossa evolução. Portanto, reduza o tempo conectado em redes sociais, e conecte-se a mundos imaginários construídos em grandes livros.

9 - Faça seu tempo. Determine a leitura como prioridade: Se uma coisa que pessoas extremamente ocupadas sabem lidar é com prioridades. Portanto se você conseguir estabelecer metas de leitura, certamente encontrará a melhor forma de encontrar brechas em sua agenda lotada.

10 - Imite outras pessoas extremamente ocupadas: Procure em jornais, sites e revistas onde possa encontrar entrevistas com pessoas extremamente ocupadas e de sucesso. Quase sempre será possível encontrar o livro predileto de cada uma delas, que são ou foram tão ou mais ocupadas que vocês. E isso não as impediu de ler. Faça como elas, e encontre o seu tempo para leitura.

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Festa no Covil - Juan Pablo Villalobos (Lido)

Acabei a leitura de Festa no Covil. É um livro curtinho, quando você se dá conta, já acabou.

O narrador, uma criança, acha que está contando a história de sua busca por um hipopótamo anão da Libéria. No entanto, a história acaba sendo muito mais do que isso, ela é o retrato de uma criança chamada Tochtli e de sua família fora dos padrões da "normalidade"... Mas o que é normal???

Tochtli (não sei como se pronuncia isso...) é o filho de um chefe do narcotráfico do México, que adora chapéus e os franceses (pois eles inventaram a guilhotina para cortar as cabeças dos reis).

Eu concordo com o Tochtli no que diz respeito aos chapéus e as pombas... Eu já fui vítima de muitas pombas desavergonhadas ao longo da minha vida...

É um livrinho que surpreende tanto pela inocência quando pela falta de parâmetros de uma criança encarcerada em um "palácio" de mentira.

É rápido, divertido e assustador. Uma criança, violência, inocência e incerteza de futuro... É isso que encontraremos nessa pequena obra.

Eu recomendo!

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Festa no Covil - Juan Pablo Villalobos

Comecei ontem a ler Festa no Covil... Estou lendo no Kindle e já nas primeiras páginas fui arrebatada pela simpatia do "pequeno" narrador, que é uma criança.

Só li o primeiro capítulo, pois já era tarde... preguiça, sono, cansaço, sabe como é né?!?! Mas já deu pra dar umas boas risadas antes de cair no sono - a parte das pombas é hilária.

Ainda não sei o que vai acontecer no livro, se continuarei gostando, se é mesmo uma boa história, mas assim que eu terminar, venho aqui contar...

Já li: http://oerranteliterario.blogspot.com.br/2012/10/festa-no-covil-juan-pablo-villalobos_19.html

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A Outra Volta do Parafuso - Henry James


Fiquei me retorcendo para saber se considerava The Turn Of The Screw (A Outra Volta do Parafuso), novela publicada a primeira vez em 1898, como um clássico britânico ou americano...
          
Mas como assim, como você pode ter dúvidas???

Eu explico: Henry James é um norte-americano naturalizado britânico, por isso fiquei sem saber ao certo onde incluí-lo, mas veja bem, isso seria muito fácil de resolver se eu usasse como parâmetro apenas o estilo maravilhoso da escrita... é claro que é um clássico britânico. Nada contra os yankees, mas o estilo é muito diferente.

A prosa de James é de um lirismo impressionante. Já nas primeiras páginas ficamos embasbacados com a beleza de sua escrita. Seus olhos não lêem*, eles passeiam pelas folhas enquanto a história vai se desenhando dentro da sua cabeça.

           * sim, eu uso a ortografia antiga... achei uma vergonha o que fizeram na última reforma ortográfica...

Quem não leu, leia! Vale muito a pena... A qualidade literária é inquestionável e o prazer que essa história de fantasmas te dará é garantido.

James sabe usar as palavras como poucos e fazer o leitor ficar às voltas com questionamentos sem solução. 

O livro conta uma história dentro de outra história. No início, nos vemos diante de uma lareira onde alguns amigos contam histórias de terror. É assim que A Outra Volta do Parafuso começa...  com a promessa de descortinar a mais horrenda história sobre fantasmas que há...

Spoiler... Spoiler... Spoiler... 

Quem não quer spoiler, pare de ler por aqui e vá atrás do livro. Delicie-se com as palavras do mestre Henry James, você não vai se arrepender. Depois, volte aqui para debater algumas ideias...

Quem já leu, vamos lá...

Apesar do estilo maravilhoso e do enorme prazer que me deu ler a narrativa de James, eu não posso dizer que esta é uma história de terror "arrepilante", como diz o meu sobrinho.

Na verdade, fico mais com o suspense do que com o terror. No fim, também não sei se fico com o suspense, pois fico imaginando se a governanta não era uma louca de pedra?!?

Há momentos em que eu achei que pudesse haver um fantasma (dois na verdade), mas em outros achei que era tudo coisa da imaginação da narradora. Aliás, como toda a história é contada única e exclusivamente pelo ponto de vista da governanta, que é uma exagerada, seria muito fácil para ela induzir o leitor a acreditar que os fantasmas eram reais, mas mesmo assim, ainda me restam algumas dúvidas, pois podia muito bem ser invenção da cachola dela.

Será que A Outra Volta do Parafuso não é uma história sobre a loucura? Um quebra-cabeça?

 Não sei ainda, só sei que o que mais me intrigou foi o final, a última frase para ser mais exato: E aí, Miles morreu de susto ou ela o matou sufocado, esmagado, estrangulado?

Quando acabei de ler, achei que era de susto, mas depois de trocar umas ideias com outro leitor, bateu a dúvida... Foi susto ou assassinato?

Gente, não consigo resolver essa questão e a cada minuto eu pendo mais para o assassinato. E você, o que acha?



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O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald


De acordo com a descrição encontrada no Wikipedia, The Great Gatsby (O Grande Gatsby) é um romance escrito pelo autor americano F. Scott Fitzgerald, publicado pela primeira vez em 10 de abril de 1925. A história se passa em New York e Long Island durante o verão de 1922, sendo encarado pelos literatos como uma crítica ao "Sonho Americano" e um retrato da Era de Ouro do Jazz.

Pois muito que bem... Esse livro foi escolhido em razão de meu Desafio Literário 2012 (um clássico norte-americano), mas não sei se minhas expectativas eram grandes demais ou se não consegui entrar no espírito da tal crítica ao superestimado “sonho americano”, mas enfim... não gostei do livro...

Eu sei, eu sei... não precisam me matar por isso, mas eu achei a história rasa, boba e que de crítica não tem nada.

O autor tentou ambientar sua narrativa entre os endinheirados de New York da década de 20, que, para variar, não tinham muito mais do que o próprio umbigo na cabeça... mas isso é possível observar em qualquer camada social, até mesmo entre os mais pobres. Frivolidade é um defeito de caráter e não a característica de uma geração.

As grandes festas dadas por Gatsby não pareciam um retrato muito "vivo" das festas da época. Acho que, para mim, o livro todo ficou meio que na promessa...

Na história: algumas festas sem sentido, um amor antigo, uma fatalidade e tudo cai por terra. Não achei que a fórmula convenceu muito e, por se tratar de um clássico, realmente achei que poderia oferecer mais.

Não acho que os eventos do livro representam uma crítica ao sonho americano, pois, quando muito, representam as escolhas superficiais de pessoas sem fibra ou caráter. Fato este que, com certeza, não é monopólio da classe A...

Por mais que eu tenha me esforçado para gostar do livro, a leitura foi sofrida e somente cheguei ao final por não gostar de abandonar um livro pela metade [apesar de ter uns que eu abandono mesmo sem dó]. Achei a narrativa rasa e comum... nada de espetacular.

Sei que muitos não comungam da minha opinião, afinal... é um clássico... mas o que escrevi foi somente minha opinião (e só minha), sem maiores pretensões, pois não sou nenhuma literata... sou apenas uma leitora comum que gosta ou não das histórias que lê...

Mas leia e tire suas próprias conclusões! Pode ser que você, assim como muita gente, adore O Grande Gatsby.

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Anna e o Beijo Francês - Stephanie Perkins

Nada mais do que um romance fofinho que te deixa com um sorriso bobo depois da última frase.

Eu poderia defini-lo como um romance de banca bonitinho com capa dura...

E só... entretenimento fácil, rápido e indolor...

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