Ahhh... os russos...
Tolstói é um narrador de pessoas, sentimentos, enfrentamento e derrota pela vida.
Nessa curta narrativa, a primeira vista destituída de grandes pretensões, o autor nos faz questionar até que ponto somos sãos ou mentalmente perturbados.
O personagem principal - Evguêni - é um bacharel de direito politicamente correto, que descobre, após a morte de seu pai, que a família está afundada em dívidas. Este é o ponto de partida para uma história que nos leva ao limiar da loucura.
Antes do casamento, Evguêni achava que o sexo servia simplesmente para aplacar suas necessidades fisiológicas, e que não havia nada de mau nisso. A coisa complica quando, após um casamento feliz, essa necessidade persiste, mas não em razão de sua esposa, e sim por uma aventura de solteiro que volta e mexe aparece para atormentá-lo.
É nesse contexto, aparentemente prosaico, que se desdobra essa narrativa cheia de vida e com um final inesperadamente assustador, daquele tipo: como assim???
O grande trunfo da história é nos fazer pensar em como pensamentos desencontrados e desesperados podem levar uma pessoa respeitada e querida ao desespero? É questionarmos quem é perturbadoramente desequilibrado: o personagem ou aqueles que não enxergam em si próprios os traços da loucura?
Pois bem, se você gosta de textos curtos e desfechos inesperados, está aí uma história que vale a pena ser lida...
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